LIVRO EDUCAÇÃO E MUDANÇA
PAULO FREIRE
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 12ª Edição. Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1979.
Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Recife no dia 19 de setembro de 1921, tendo morrido aos 75 anos em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997, foi um grande educador e filósofo brasileiro.Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada para a escolarização aliada à formação da consciência humana. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, suas idéias humanísticas consideram a educação a mais poderosa arma contra a alienação e contra a opressão e pressuposto primeiro para a efetivação da liberdade humana.
"Educação e Mudanças", uma das várias obras escritas por Freire, destaca-se pela objetividade pela qual o educador expõe suas idéias e método relevantes à alfabetização de adultos, cujo mesmo construiu com base em experiências da sua práxis (ação-reflexão) educacional. A referida obra teve sua primeira publicação em 1881, a mesma é composta por um total de 46 páginas nas quais o autor apresenta suas idéias em quatro capítulos, nas quais o leitor deve estar sempre atento ao jogo de palavras contido no decorrer da elaboração das idéias de Freire.
O livro tem como temática principal a mudança e a conscientização da sociedade, que é um gerador da prática teórica do autor, e o papel da educação neste processo.
No primeiro capitulo, “O Compromisso do Profissional com a Sociedade”, é feita uma analise, a respeito do homem, compromisso e compromisso do profissional. Segundo o autor, somente o homem, através da reflexão-ação, tem a capacidade de atuar, operar, refletir, transformar e comprometer-se. Não se pode haver reflexão e atuação sem que o homem se aproxime da realidade verdadeira e concreta. Freire define compromisso verdadeiro como sendo aquele ligado à solidariedade, não devendo ser um ato passivo, e define
compromisso profissional como uma dívida do homem para com a sociedade, assumida à medida que se fez profissional.
No segundo capítulo, “A Educação e o Processo de Mudança Social, o autor destaca o homem como um ser inacabado e sujeito de sua própria educação, um ser em constante busca por perfeição, busca permanente em si mesmo e em comunhão com os outros. Assim, a busca pela educação está ligada diretamente ao saber como uma superação constante, em que “todo o saber superado é uma ignorância”. O autor acredita ser necessário o amor e a esperança no processo de educação do homem, pois o amor é uma condição para o entendimento, e a esperança é início da busca para a educação. Ressalta o homem como um ser capaz de relacionar-se, projetar-se nos outros e transcender, evitando a adaptação e acomodação e estimulando a transformação constante através de relações reflexivas, consequentes, transcendentes e temporais. A educação que restringe seus educandos a um plano pessoal os impede de criar e de ter uma consciência crítica, o que vai permitir ao homem transformar a sua realidade.
No terceiro capítulo, “O Papel do Trabalhador Social no Processo de Mudança”, o autor faz uma reflexão sobre esta frase nele contida, para ser possível a percepção do papel do trabalhador social em suas várias dimensões da estrutura social. Aborda mudança-estabilidade como resultantes da ação, ou seja, do trabalho que o homem exerce sobre o mundo, e insere o trabalhador social neste contexto como sujeito de transformações, onde tem que optar por aderir à mudança que ocorre no sentido da verdadeira humanização do homem ou ficar a favor da permanência. Sua opção determinará seu papel, assim como seus métodos e técnicas de ação. O trabalhador que opta pela mudança tem o papel de atuar e refletir com os indivíduos com que trabalha sobre as reais dificuldades da sua sociedade, não teme a realidade, não manipula, não foge da comunicação e não vê na mudança uma ameaça. Já aqueles que optam pela antimudança, negam as transformações sociais e não se interessam pelo desenvolvimento de uma concepção crítica da realidade por parte dos indivíduos.
No quarto capítulo, “Alfabetização de Adultos e Conscientização”, o autor faz algumas reflexões sobre o homem como um ser de relações de pluralidade, criticidade, consequência e temporalidade, e faz uma análise sobre suas condições culturais.
Ressalta a importância de uma atitude crítica como a única com a qual o homem poderá apreender os temas e tarefas da sua época para ir se integrando nela e assim promover a transição, a fim de atingir as mudanças na sociedade.
O autor expõe um método ativo, dialógico, crítico e criticista, ressaltando o diálogo como relação horizontal entre A e B, como caminho indispensável no processo de educação, aliado ao amor, humanidade, esperança, fé e confiança, que resulta na comunicação e na relação de empatia entre ambos. Propõe um diálogo com o conteúdo programático da educação, além do uso de técnicas, como, por exemplo, a de redução e codificação. Utiliza as palavras geradoras como escolha para a educação de adultos, que são selecionadas de acordo com: a riqueza fonética, as dificuldades fonéticas e o aspecto pragmático da palavra. Com a seleção de palavras geradoras, são criadas situações com ordem crescente de dificuldades fonéticas, com a finalidade de desafiar os grupos e promover o aprendizado, coma colaboração do coordenador.
O livro Educação e Mudança é indispensável na formação de educadores por abordar a necessidade de mudança em qualquer processo de educação através da alfabetização de adultos. Essa forma de educação defendida por Freire é um desafio para a sociedade e tem como objetivo principal formar cidadãos e contribuir para a melhoria de ensino. Temos muito a avançar em relação à educação no Brasil, investindo em melhor qualificação e valorização dos profissionais em todas as áreas de ensino e pesquisa.
A educação de qualidade tem papel importante no processo de mudança social e não é possível realizar mudanças sem que haja compromisso e investimento nos profissionais e em toda a sociedade.
Fonte: www.google.com.br